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1% dos internados tem complicações cerebrais pós-covid

A tomografia computadorizada tem servido muito de apoio aos médicos depois da alta onda de contágios pela Covid-19. Isso porque, como já se sabe, a Covid é uma doença que afeta principalmente os pulmões.

E seus sintomas e progresso podem ser fracos ou muito intensos, causando sérias consequências para quem a pegou. Sendo assim, mesmo após alta, e depois de recuperado, alguns pacientes ainda sentem as sequelas da doença.

E assim como qualquer outra patologia, é preciso observar e ficar atento a esses pontos para que eles não gerem outro tipo de preocupação.

Dessa forma, os aparelhos tecnológicos têm sido muito úteis para que se possa acompanhar essas pessoas. Veja mais abaixo.

Quais complicações a Covid-19 proporcionou aos infectados?

Em uma reunião anual da Sociedade Radiológica da América do Norte (RSNA), um dado notável e preocupante foi citado a respeito da Covid-19.

A informação era de que em cada 100 pacientes hospitalizados, pelo menos um terá algum tipo de complicação no cérebro, como um AVC.

O estudo aponta que as complicações afetaram o sistema nervoso central e com isso, pode aumentar a morbidade e mortalidade de pacientes durante a pandemia.

As pesquisas anteriores se baseavam em um número muito baixo de participantes e, para que se pudesse ter uma avaliação mais completa, os pesquisadores resolveram aumentar sua pesquisa.

Sendo assim, acabaram por considerar um número em torno de quase 40 mil pacientes hospitalizados com Covid em 7 hospitais dos EUA e 4 da Europa Ocidental.

Os pacientes tiveram sua internação entre setembro de 2019 e em junho de 2020, com uma faixa etária média de 66 anos. O número de homens era duas vezes maior que o de mulheres.

A maioria dos pacientes nos hospitais possuía algum tipo de confusão e estado mental alterado, junto de febre. Parte dessas pessoas já apresentavam algum tipo de comorbidade, como:

  • Hipertensão;
  • Diabetes;
  • Doença cardíaca;
  • Obesidade;

O que foi feito com os pacientes?

Os pacientes então foram expostos a alguns exames de imagem, como os de ressonância magnética ou tomografia computadorizada no cérebro.

Dessa forma, os cientistas puderam avaliar agravos cerebrais em cerca de 10% dos casos investigados.

Ao todo, cerca de 442 anomalias graves ligadas a infecções pelo vírus foram encontradas. O que teve maior complicação foi o sistema nervoso central dos pacientes infectados. Cerca de 1,2%.

Pode-se observar que a complicação que mais apareceu foi o AVC isquêmico (6,2%), que é quando há uma artéria obstruída. Em segundo lugar, a hemorragia intracraniana (3,72%) e encefalite, que é um tipo de inflamação no cérebro (0,47%).

Pode-se ver também o chamado ADEM, que é uma rara condição no qual pode causar paralisia e poucos casos de inflamação cerebral e da medula espinhal.

Além disso, pode-se notar também a síndrome de encefalopatia posterior reversível, que é causada por:

  • Dores na cabeça;
  • Mudança sensorial;
  • Convulsão;
  • Perda visual;

Os pesquisadores alertam sobre a importância de se saber o número preciso dessas complicações cerebrais e também de que os médicos deveriam ter um limiar mais baixo para que peçam os exames de imagem.

Há muitos artigos alertando para as sequelas da Covid nos pacientes, porém, a doença também atinge outras áreas e gera vários efeitos.

Portanto, é vital que se saiba mais sobre esses outros locais, para que atitudes possam ser tomadas de modo mais rápido.

Assim, o tratamento não demora a chegar para o paciente, e as chances dessas consequências não gerarem sequelas permanentes acaba sendo alta.

Por essa razão, os exames de imagem como a ultrassonografia, tomografia, dentre outros, tem servido como apoio na hora de investigar outras áreas além do pulmão.

Mudança causada pelo vírus em outras partes do corpo

Numa pesquisa feita por um grupo de mais de 70 pesquisadores brasileiros, pôde-se descobrir como o coronavírus age no cérebro.

Na pesquisa, pôde-se perceber que o vírus não afetava apenas os pacientes graves, mas também aqueles com sintomas moderados e leves que não precisaram de um tratamento hospitalar em fase aguda.

Esse estudo mostrou que o vírus podia provocar a morte dos neurônios em pacientes de vários níveis de complicação. Ele foi guiado pelos pesquisadores Daniel Martins de Souza, Marcelo Mori e Clarissa Lin Yasuda, da Unicamp e Thiago Cunha da USP.

Os resultados da pesquisa puderam revelar que o vírus muda a estrutura do córtex, responsável por funções complexas como:

  • Memória;
  • Atenção;
  • Consciência;
  • Linguagem;

Além disso, o vírus infecta e se replica nos astrócitos, que são as células de maior quantidade no sistema nervoso central e possuem formato de estrela.

O estudo também observou várias atrofias em áreas relacionadas à ansiedade.

Os pesquisadores então, relataram que pacientes que foram curados há cerca de 2 meses ainda tinham sintomas neurológicos. Sendo assim, sentiam:

  • Fortes dores na cabeça,
  • Sono em excesso,
  • Mudança na memória,
  • Perda de olfato, 
  • Perda de paladar.

Casos mais raros apresentaram até convulsões em pacientes que nunca tinham sentido isso antes.

Como o vírus ataca o cérebro?

Descobriu-se que o vírus age da seguinte forma: ele entra no cérebro e ataca uma célula de apoio que é responsável pelos processos metabólicos, o que dificulta a produção de energia e a nutrição de neurônios.

Isso pode acabar levando à morte do tecido cerebral. Alguns estudos já tinham apontado sobre como o vírus age no cérebro.

Porém, nesse novo estudo eles puderam comprovar outra questão, que é a comprovação de infecção e replicação nos astrócitos.

Em 26 amostras coletadas em pacientes que vieram a óbito e foram estudadas, o vírus se fez presente em todas. Além disso, informaram que a principal fonte de acesso do vírus ao cérebro, é por meio do nariz.

Conclusão

Por fim, vimos então que os aparelhos de imagem tem sido fundamentais para investigar o efeito da Covid em outras partes do corpo, em especial, o cérebro.

Por meio dos estudos feitos, podem-se observar todas as mudanças que o vírus causou em pacientes com vários estados de gravidade.

O apoio aos pacientes em recuperação é vital para que nenhuma patologia mais grave se desenvolva. Por isso, ainda que estejam recuperados, é importante refazer os exames periodicamente. Nos conte aqui se você sabia dessa questão e compartilhe este conteúdo com mais pessoas para que elas se informem sobre isso.

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